Greve: servidores avaliam propostas do Governo Federal
- Rádio Plural
- 13 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de jun. de 2024
Somando mais de 90 dias, a greve dos trabalhadores técnico-administrativos, alcançou resultados satisfatórios e tem um fim cada vez mais próximo. Dentre os avanços estão 9% de reajuste salarial, reestruturação das carreiras e 5,5 bilhões em investimentos para as universidades federais.
Estas propostas serão discutidas em assembléia, que acontecerá na terça-feira, dia 18 de junho.
Em depoimento para o Jornal Plural, o presidente do Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos da Universidade Federal de Ouro Preto (Assufop), Gabriel Souza, afirmou que a greve já cumpriu o seu papel por ter saído do zero e ter alcançado avanços para a classe dos trabalhadores.
“A greve já cumpriu o seu papel. É um papel, inclusive, muito importante. [...] Acredito que já é uma greve vitoriosa. É uma greve que se debate os problemas da educação superior e já temos sim um cumprimento do papel. E agora, acredito que temos que continuar o debate com as entidades de base e com os colegas TAEs para que a gente possa definir os rumos das próximas semanas”, expressou o técnico.

O que já foi conquistado
Na mesa de negociações do dia 21 de maio, o Governo Federal ofereceu um reajuste salarial de 9% para o ano de 2025 e 5% em 2026.
Uma das principais pautas requeridas pelos grevistas é a reestruturação de suas carreiras, que são classificadas em níveis de A a E. Essa divisão foi estabelecida em 2005, pelo Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos (PCCTAE).
Os servidores correspondentes às letras A e B são os chamados de “apoio”, não possuindo ensino médio completo; C e D os “intermediários”, com ensino médio completo; e E, o nível “avançado”, com ensino superior completo, correspondendo aos maiores salários.
É pedido que os salários sejam recalculados com base no último nível de classificação. O Governo Federal aceitou que os trabalhadores A terão 35% do salário do nível E, o B 40%, o C 50% e o D 60%.
Além dos servidores, quem saiu ganhando foram as universidades federais, após mais de dois meses de pressão. Na última segunda-feira, 10 de junho, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um investimento de aproximadamente 5,5 bilhões de reais para as universidades e hospitais universitários.
Os resultados apesar de adequados, vêm sendo reivindicados desde o ano de 2023, com estressantes rodadas de negociações, que chegaram a ser chamadas de “mesas de enrolação” pela classe.
Mais de 90 dias de greve
A Ufop, desde o período da pandemia de covid-19, lidava com seu calendário acadêmico com atrasos significativos, recentemente, após vários meses de encurtamentos do período letivo, ele foi regularizado no corrente período 24.1.
Desde março, a greve já soma mais de 90 dias de aulas perdidas, proporcionando a volta de um calendário irregular. Este é um dos principais motivos para que houvesse uma posição contrária por grande parte dos estudantes ufopianos.
Texto: Paulo César Gouvêa/Rádio Plural
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