Fundadora da Rádio Plural apresenta palestra no Icsa em comemoração aos 10 anos da emissora
- Rádio Plural
- 26 de fev.
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Nair Prata falou sobre a trajetória do rádio entre desafios e inovações e contou a história da Rádio Plural.
Por Ana Clara Izidório e Victória Kelly
Na tarde do dia 25 de fevereiro, a Professora Doutora Nair Prata, fundadora da Rádio Plural, participou do evento em comemoração aos 10 anos da Rádio, realizado na Hemeroteca do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa). Com a participação de professores e alunos do curso de Jornalismo da UFOP, a palestra contou com mediação da Prof. Dr.ᵃ Débora Lopez e do atual presidente da Rádio Plural, Paulo César Gouvêa.
Em sua fala, Nair reforçou a importância do rádio, até hoje, como meio de comunicação que transmite notícias e entretenimento sem ouvintes precisarem sair de casa. “O rádio significou um milagre à distância, trouxe a comunicação até as pessoas de maneira única. Mesmo em um período onde a informação era restrita a uma população letrada e privilegiada, o rádio conseguiu democratizar o acesso às notícias, transformando-se em uma conquista significativa para a sociedade”, pontuou.

O rádio durante as décadas
No evento, a professora compartilhou um panorama histórico do rádio e sua transformação ao longo dos anos. Na década de 1930, o meio começou a consolidar sua identidade, acompanhando as tendências da época e adaptando conteúdos visuais das revistas para a oralidade. Nos anos 1940, considerada a “Era de Ouro” do rádio, as radionovelas se popularizaram. “Naquele período, a Rádio Inconfidência, em Belo Horizonte, chegou a contar com um elenco de mais de 500 pessoas, entre músicos, atores e produtores”, relatou Nair.
Com a chegada da televisão ao Brasil nos anos 1950, o rádio enfrentou desafios inéditos. Inicialmente, a TV reproduzia conteúdos radiofônicos, mas logo transformou o consumo de informação e entretenimento. Diante dessa mudança, as rádios precisaram se reinventar, desenvolvendo uma nova linguagem para manter sua relevância.

Foi nesse contexto que surgiu o conceito de “radiomorfose”, termo usado por Nair para definir a capacidade do rádio de se adaptar às inovações tecnológicas. “A radiomorfose é a evolução dos meios tradicionais frente às novas tecnologias. Atualmente, ela se manifesta na incorporação da internet, dos podcasts e até da inteligência artificial”, explicou.
O nascimento da Rádio Plural
Em um momento repleto de emoção, Nair compartilhou a trajetória da Rádio Plural, desde sua concepção até o presente. Quando chegou à UFOP, em 2010, ela já idealizava uma emissora universitária para proporcionar experiência prática aos estudantes de Jornalismo. O primeiro passo foi a criação da disciplina de web-rádio e, em 2013, ao lado de um grupo de seis alunos, deu início ao projeto.

“Lançamos uma publicação no Facebook pedindo sugestões de nomes. Recebemos 48 ideias, realizamos uma votação entre os alunos e, assim, nasceu a Rádio Plural, com o slogan ‘diversamente única’, criado pelo estudante José Neto”, contou Nair.
No início, a emissora operava 24 horas por dia, sete dias por semana, com uma programação de 22 programas. No entanto, enfrentava desafios técnicos. “Nosso site suportava somente 100 ouvintes simultâneos. Se ultrapassasse esse número, o sistema caía. Só conseguimos resolver essa questão com o apoio da Pró-Reitoria de Administração da UFOP, que nos forneceu um servidor da universidade”, relembra a professora.
A Rádio Plural hoje e no futuro
Ao longo de 10 anos, a Rádio Plural se consolidou não somente como uma emissora, mas também como um espaço inovador, acompanhando as novas tendências do meio, como os podcasts. Para Nair, o segredo do sucesso da rádio está na sua capacidade de adaptação. Citando Raul Seixas, ela afirmou, “prefiro ser essa metamorfose ambulante”, ressaltando que a emissora segue se reinventando sem perder sua essência de canal de comunicação e expressão para os estudantes de Jornalismo.

Nair também destacou a importância da atualização constante e da conexão com os ouvintes. “É essencial estar atento às mudanças do cenário midiático. Perguntem-se: o que está mudando? O que está acontecendo? A partir dessas reflexões, podemos encontrar caminhos para o crescimento e a inovação”, aconselhou.
Além disso, enfatizou a fidelidade como um dos pilares do sucesso da emissora. A tradição de manter programas no ar por anos fortalece o vínculo com o público. Para se diferenciar da concorrência, uma rádio precisa entender o que mantém os ouvintes engajados e planejar estratégias para garantir sua relevância.
Ao final do evento, Nair Prata foi aplaudida e homenageada pelos presentes, deixando uma lição de aprendizado e superação para aqueles que desejam crescer no meio da comunicação.
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