UFOP completa 55 anos

No dia 21 de agosto, a Universidade Federal de Ouro Preto completou 55 anos, simbolizando seu extenso trajeto até os dias atuais. A comemoração contará com cerimônia de entrega de honrarias aos colaboradores escolhidos pela comunidade acadêmica para os títulos de “Técnico-Administrativo Emérito’’ e de “Professor Emérito”. No primeiro, serão contemplados o Sr. José Jacinto Anacleto (ICHS), a Sra. Maria Raquel Pedrosa Xavier (EDTM) e a Sra. Neide Nativa (Sisbin). Já o título de professor, será entregue ao Sr. José Francisco do Prado Filho, aposentado que atuou como coordenador do curso de graduação em Engenharia Ambiental na Escola de Minas. A solenidade, marcada para o dia 18 de agosto, foi remarcada sem data definida em virtude do falecimento do Procurador Federal Dr. Antônio José de Souza - que dedicou mais de 20 anos à UFOP.

Início de tudo

A Universidade Federal de Ouro Petro surgiu em 21 de agosto de 1969, por meio de um decreto presidencial que uniu as tradicionais e antigas Escola de Minas e de Farmácia. Desde então, a instituição tornou-se a responsável pela formação superior de diversos estudantes no país, trazendo destaque acadêmico à Região dos Inconfidentes. Com o passar dos anos, novos cursos foram adicionados, aumentando o alcance da UFOP que totaliza 51 cursos de graduação, sendo 47 presenciais e 4 a distância. Na pós, são 24 cursos de mestrado acadêmico e 8 profissionais, além de 15 opções de doutorado e 10 cursos de especializações.

As antigas Escola de Farmácia e Escola de Minas já existiam muito antes da fundação da universidade. A primeira instituição, a Escola de Farmácia, foi criada em 1839 tendo sido construída na antiga sede da Assembleia Provincial, local da 1° Constituição Republicana de Minas Gerais. Ela possui uma grande importância histórica por ter sido a Faculdade mais antiga de toda a América Latina - dentro da área farmacêutica - e a primeira de Minas Gerais.

Em 1876, foi fundada a Escola de Minas, se tornando a primeira instituição brasileira voltada à mineração, metalurgia e geologia. O curso, que começou sediado no antigo Palácio dos Governadores, acabou sendo transferido em 1995 para o Campus Morro do Cruzeiro, onde está até hoje

Em Mariana, cidade vizinha a Ouro Preto, foi criado em 1979 o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) , onde ficava o antigo Seminário Nossa Senhora da Boa Morte. Hoje o local oferta os cursos de História, Pedagogia e Letras. Segundo o professor de história da educação, Leandro Silva de Paula, do Departamento de Educação da UFOP, o ICHS teve papel fundamental no reconhecimento e alcance da Universidade. “O ICHS foi fundado justamente para que a UFOP pudesse se consolidar como uma Universidade [...] tivemos junção do curso de Farmácia com os da Escola de Minas, mas faltava a formação das humanidades”, conta.

No ano 2000, a Universidade abrangeu cursos de graduação e pós-graduação a distância em Minas, São Paulo e Bahia. Atualmente, os cursos ofertados são: Administração Pública, Geografia, Pedagogia e Matemática. 

Em 2002 o Campus de João Monlevade foi inaugurado como Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas (ICEA). Atualmente apresenta os cursos de Engenharia de Produção, Elétrica, da Computação e Sistemas de Informação.

Em 2008, a UFOP aderiu mais uma unidade em Mariana, onde fundou o Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), onde são ofertados os cursos de Administração, Serviço Social, Jornalismo e Ciências Econômicas.

A decisão de vir para a UFOP

Ao longo de seus 55 anos, milhares de alunos passaram pela Ufop. Entre eles está Arthur Aidio Martins Mariano, de 19 anos, aluno de Administração Pública. Filho de um ex-aluno da instituição, Arthur aponta as diversas histórias que perpassam os 55 anos da UFOP como um de seus maiores encantos. “O motivo de eu estar estudando na UFOP não é apenas as histórias que meu pai sempre contava, mas também o meu amor por Mariana e Ouro Preto e por estar em um lugar que exala cultura e que deve ser preservada”, conta. 

Arthur ainda falou sobre a trajetória do pai, Aidio Junior Mariano Gonçalves, 40 anos, durante sua graduação em Direito na UFOP. “Desde dos meus 7 anos frequento a cidade histórica de Ouro Preto acompanhando meu pai que nesse período estava cursando direito na UFOP [...] meu pai, integrante do NEPAC (Núcleo de Pesquisa em Direito do Patrimônio Cultural - Universidade Federal de Ouro Preto), sempre me ensinou que somos diretamente o que contribuímos culturalmente, e você estar estudando em uma instituição federal localizada nesse município é uma grande honra.”

Outra figura de destaque entre os formados da UFOP que frequenta sempre que pode a região - inclusive, fazendo shows em festivais organizados pela Universidade - é o cantor e compositor João Bosco. Devido a figuras ilustres como o músico, além das diversas histórias da região, estudantes são atraídos e decidem vir para a instituição. Um exemplo é este trecho de uma reportagem do Blog do Canal Futura, que mostra o orgulho que um dos alunos da República Sinagoga têm por estar na mesma casa em que um grande nome da MPB viveu. “Em uma sala com mais de 100 quadros com fotos sérias, em preto e branco, dos formandos, parte da casa que perpetua cada morador da república, Lucas aponta com orgulho uma imagem em especial. Ali está eternizado um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira. João Bosco, 42 anos atrás, também foi um deles e fez parte da rotina e da história das repúblicas de Ouro Preto. Fixando os olhos em sua foto ainda dá para enxergar a frase deixada pelo cantor e compositor que se formou em Engenharia Civil pela UFOP "À Sinagoga de Ouro Preto, o chorinho meu e do meu violão". 

O próprio João Bosco, quando vem à região, costuma brincar e lembrar com carinho desses tempos. Foi na UFOP, por exemplo, que ele conheceu o poeta Vinícius de Moraes. “Claro que perdi o ano por frequência, mas o que ganhei de Vinicius foi demais, ele foi uma espécie de mentor da minha vida, fiz músicas com ele, um grande amigo”, disse o cantor, em um dos seus shows feitos no Centro de Convenções da UFOP, em 2014, segundo o site Portal Ouro Preto.

Para outras informações acesse o link: História da UFOP

Texto por: Victória Kelly, Rafael Borsatto e João Henrique do Nascimento