Com apenas 4 votos contrários Adufop aprova fim da greve na Ufop
- Rádio Plural
- 19 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jul. de 2024
Nesta quarta-feira, 19 de junho, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (Adufop) aprovou o fim da greve, com apenas 4 votos contrários. Após 65 dias de greve dos docentes, e 82 dos técnicos-administrativos, a paralisação tem seu fim confirmado na Ufop. O indicativo de retorno para às atividades letivas é para o dia 1º de julho.

A sessão começou por volta das 16h45 sendo marcada por discursos de aceitação pelo fim da continuidade do interrompimento das atividades, e contou com a presença de professores de diversos departamentos.
O auditório do Departamento de Geologia (Degeo), situado no Campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto (MG), foi palco da assembleia, que pautou as ofertas da última mesa de negociações feitas pelo governo, no dia 14 de junho.
Discursos
Kathiuça Bertollo, professora do departamento de Serviço Social, abriu as falas do dia afirmando que “a greve é legítima e é imprescindível na luta”. Considerando a votação na Assembleia Geral da Assufop, do dia anterior, a servidora pública defendeu uma saída da greve com uma construção coletiva.
“Que a gente sinalize do dia 26 de junho a 3 de julho a nossa saída [da greve] enquanto Andes”, pediu Kathiuça.
Elencando os alcances, a professora informou que esta foi a primeira grande greve desde a pandemia tendo como ponto positivo ter revelado “a revelia das suas diretorias pelegas e conservadoras”.
André Mayer, também professor do curso de Serviço Social, iniciou sua fala de forma firme: “a greve me rendeu uma barba branca, mas existem coisas mais importantes para a gente estar avaliando”.
O doutor disse que a greve teve o papel de expor a situação de sua categoria e seguiu destacando que as associações envolvidas no comando não podem deixar a força do movimento “findar junto com a greve”.
“Se tem coragem para entrar numa greve tem que ter coragem para sair, isso é fundamental!”, reiterou André.
Aprovação da Assufop
Na tarde da última terça-feira, 18 de junho, a Associação dos Técnicos-administrativos da Universidade Federal de Ouro Preto (Assufop) aceitou as propostas do Governo Federal com 141 votos favoráveis. Apesar de aprovado, o encerramento da paralisação só ocorrerá após a assinatura do acordo. A reunião foi realizada na sede do sindicato.
Impactos da greve no calendário acadêmico
Após quase três meses de paralisação, muitos alunos convivem com a incerteza em relação ao calendário da universidade. Calouros e veteranos não possuem um parecer sobre a interferência da greve em sua graduação, visto que a Ufop ainda não tem um posicionamento diante do assunto. Confira alguns depoimentos abaixo:
"A greve me causa aquela frustração do sentimento de congelamento da vida. [...] Isso afeta todos os meus planos que fiz para depois do curso. Afeta a cobrança, vinda especialmente da família, e eu nem sei dizer quando eu formo. Lógico que eu considero muito pior a insegurança causada pela falta de recursos na universidade [...] então eu sei que a luta é justa como todas as exigências, mas do ponto de vista individual, não é tão confortável", declara Emanuelle Cristina de Oliveira Batista, que esta na reta final do curso de Química.
"Não sei se devo esperar em Ouro Preto ou na minha cidade, pois como dizem, as aulas podem voltar a qualquer momento. [...] Também não sei se nesse tempo eu deveria estar estudando e não sei como isso vai me afetar enquanto caloura na universidade, pois um semestre já foi perdido", relata a caloura de Engenharia de Minas, Ana Carolina de Aguiar Rodrigues.
Texto: Mariana Ribeiro, Carolina Costa e Paulo César Gouvêa/Rádio Plural.
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