ICSA sedia o lançamento do livro “Mãos que contam histórias”
- Rádio Plural
- 11 de mar.
- 2 min de leitura
Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco melhor a história por trás da obra escrita por Thalia Gonçalves.
Por: Ana Clara Izidório e Victória Kelly
No dia 25 de fevereiro, os estudantes do Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), protagonizaram o lançamento do livro Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses, da egressa do curso de jornalismo, Thalia Gonçalves. O livro, da Editora Ufop, inicialmente um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso, tem o objetivo de reportar a vida de cinco artesãos do distrito de Cachoeira do Brumado, localizado a cerca de 27 quilômetros de Mariana.

A escolha do tema tem relação afetiva com Thalia, que queria contar não somente sobre algo afetivo para ela, em vista que sua família trabalhava com a construção de panelas de pedra, mas sim sobre as histórias de vida por trás dos artesãos. Sua maior preocupação era relatar para as gerações futuras sobre a tradição para que não caísse no esquecimento por falta de registros e testemunhos.
Cassiana Ferreira, pioneira na arte de tecer os tapetes de piteira, Artur Pereira, precursor das esculturas em madeira na comunidade e respeitado artista popular, Adão de Lourdes Cassiano, escultor cachoeirense, Mário Ramos Eleuterio, artesão das panelas de pedra e ex-tropeiro e Geraldo José Teixeira, produtor de panelas de pedra mais idoso ainda em atividade, são os personagens do livro que têm suas vidas contadas em formato de perfil. Enfatizando que Cassiana, Artur e Mário já faleceram.

Na obra, Thalia fala sobre o maior patrimônio histórico do Estado de Minas Gerais: “São as pessoas, a arte que emana do cotidiano, a criatividade advinda muitas vezes de contextos precários, os modos de falar e de olhar para o mundo’’. A redescoberta do ambiente em que se vive também é citada, uma vez que existe a responsabilidade de preencher o vazio acerca das pessoas do local.
Thalia fala ainda sobre a necessidade de voltar seu olhar para o redor, de direcioná-los para os distritos, para suas riquezas e beleza “acho que também é uma forma de dar visibilidade para essas comunidades […]. Porque às vezes as pessoas ficam muito centradas aqui no centro histórico de Mariana e não olham as potências de outras histórias, a cultura e riqueza que tem nos outros lugares”.

Em entrevista ao Jornal Plural, Thalia ressalta os ensinamentos transmitidos durante a leitura do livro “ele desperta a questão de valorizarmos as memórias, principalmente o conhecimento que vem das pessoas idosas, nossas avós, porque o artesanato é uma prática que vem sendo passada de pai para filho”.

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